OS POVOS QUE CONTRIBUÍRAM PARA CHEGADA DO MESSIAS

1 INTRODUÇÃO

A bíblia sagrada é um livro espetacular, composto de Antigo e Novo Testamento; onde, o novo testamento é o desenvolvimento do Velho Testamento e conta a história da criação, queda, redenção e consumação.

De acordo com o escritor do livro aos hebreus vemos Deus no Antigo Testamento falando muitas vezes e de muitas maneiras ao povo hebreu através dos profetas e no Novo Testamentos a nós nessa nova dispensação tem nos falado através do filho[1], ou seja, pelo evangelho.

Neste aspecto podemos observar a importância do povo judaico na preparação da chegada do Messias. No entanto, não foram apenas os Judeus que contribuíram; além dos judeus, temos grandes contribuição de outras nações, como os grego e romanos que foram utilizados como instrumentos nas mãos de Deus que garantiram o êxito da missão do Messias.

A contribuição desses outros povos se deu no período entre os dois testamentos, que teve duração de 400 anos. Cabe ressaltar que nesse período não houve voz profética. Porém, Deus preparou o mundo para a chegada do Messias.

Podemos afirmar com toda segurança em relação a contribuição desses povos para a vinda do Messias no fato da própria escritura testemunhar, pois, Jesus só apareceu no senário quando o mundo atingiu sua plenitude[2].

Vamos analisar a contribuição desses três povos (judeus, gregos e romanos) dentro do contexto histórico para entendermos do que se trata a expressão “plenitude do mundo” e a partir dessa compreensão, entender melhor o desenvolvimento do plano de Salvação que culminou na vinda do Messias. 

 

2 OS JUDEUS

Os judeus foi o povo escolhida por Deus dentro todas as nações para testemunhar e ensinar a seu respeito. Pois, enquanto os demais povos criam no politeísmo, ou seja, numa inúmeridade de deuses, os judeus passaram a crer em um único Deus, adotando o monoteísmo em seu sistema religioso perante ao mundo.

Neste sentido, os judeus prepararam uma vida religiosa piedosa que serviu de parâmetro para no mundo. Não podemos entender a grandeza da vida nacional desse povo, sem que reconheçamos a sua história como uma preparação divina, do mundo, para o aparecimento da religião pela qual Deus se propusera salvar o gênero humano. Nichols (p. 20, 2000)

Ainda, a religião judaica de acordo com Nichols (p. 21, 2000) tinha duas características essenciais “a mais alta concepção de Deus conhecida entre os homens, como resultado do ensino do Antigo Testamento; e o mais alto ideal de vida moral que se conhecia resultante dessa sublime concepção de Deus”.

Podemos observar esse sentimento em relação aos Judeus muito bem expresso pelo Apóstolo Paulo em Romanos 3:2 “porque lhe foram confiados os oráculos de Deus[3]”. A Palavra de Deus compilada em forma de livros, ou seja, a revelação dada por Deus aos Judeus contribuiu para revelar gradativamente os atributos e/ou qualidades divina até a chegada da plenitude dos tempos com a encarnação do verbo.

A segunda característica, também encontramos nas palavras inspiradas do apostolo Paulo em gálatas 3:24 “De modo que a lei se tornou nosso aio, para nos conduzir a Cristo, a fim de que pela fé fôssemos justificados[4]”. Neste aspecto a lei moral preparava o caminho para Cristo e ofertava uma esperança a um salvador. Esta perspectiva na religião judaica foi de suma importância ao cristianismo, pois, os seus primeiros discípulos vieram do judaísmo para o mundo.

Outro aspecto que foi de fundamental importância para a expansão dos valores judaico/cristão foi o advento da diáspora. Pois, com os judeus expulso de suas terras, espalharam-se por todos os lagares do mundo grego/romano o que impulsionou os judeus em nova organização em termo de adoração, ou seja, a adoração se descentralizou, saindo do templo em Jerusalém e espalhando-se pelo mundo através das sinagogas, onde eram ensinado, sobretudo, o monoteísmo, a conduta humana e a esperança da vinda de um salvador o que tornou o mundo na perspectiva religiosa um cenário perfeito para receber o Messias.

 

3 OS GREGOS

Os gregos foram antes da era cristã os detentores da vida intelectual mais desenvolvida do mundo por meio de seus pensadores – os filósofos. Influenciaram praticamente todos os demais povos e suas culturas. A região da Judeia tinha o domínio político do Rei da Pérsia e até esse tempo, o governo esteve nas mãos dos sumos sacerdotes judeus o que mantinha os costumes e tradições intactos, sem mistura. No entanto, por volta do ano 334 a. C  Alexandre o Grande derrotou Dário rei da Pérsia, conquistando o Egito e transformou a Judeia numa colônia grega e a partir daí iniciou-se o processo de helenização.

Percebemos que a contribuição dos gregos foram muitas em muitos aspectos: primeiro levou os povos a pensar; depois deram ao mundo a língua grega, que se tornou universal, através do dialeto grego, conhecido como KOINÊ, preparando o terreno para facilitar a propagação do evangelho.

Com a morte de Alexandre em 324 a. C outros acontecimentos políticos moldaram a geopolítica da região. Pois, seus quatro generais dividiram o território e o governo, ficado a Judeia e o Egito com Ptolomeu Soter e depois com Ptolomeu Filadelfo a quem é atribuído a tradução do Velho Testamento para o Grego, chamada de septuaginta o que ajudou a difundir os ensinamentos judaicos no grego.

Logo o domínio da Judeia passaria para a Síria e que culminaria em um dos períodos mais trágico da história do povo hebreu. Pois, foi nesse período de confronto, tanto externo como interno que o Anticristo do chifre pequeno aboliu a adoração no templo:

o Rei da Síria, Antíoco Epifânio, odiava os judeus, aproveitou-se da situação para desencadear uma perseguição terrível sobre eles, matando a muitos, condenando ao cativeiro e mulheres e crianças eram vendidas como escravos fazendo cessar o sacrifício no templo em Jerusalém, e pondo sobre o altar de ofertas no templo, uma estátua de Júpiter. (TURNER, p. 74, 2014)

      O fim deste conflito se deu pela chamada revolta dos Macabeus por volta do ano 164 a. C.

 

4 OS ROMANOS

Os Romanos iniciaram seu domínio na Judeia a partir do cerco de Jerusalém ocorrido em 63 a. C, pelo general Pompeu que de acordo com a história foi solicitado a intervir às ameaças da Síria por Judas Macabeu e acabou tornando a Judeia em uma província romana.

Os romanos passaram a dominar politicamente toda a região. No entanto, sua mentalidade era toda moldada a cultura grega, por isso, a herança cultural desse período do domínio romano é chamada de greco-romano.

No entanto, sua contribuição com a expansão do cristianismo são muitas. Primeiramente Roma tinha o domínio mundial, pois de acordo com Nichols (p.17, 2000):

o  mundo  romano  incluía todas  as  terras  que  seriam  alcançadas  pelo Cristianismo durante os três primeiros séculos da era cristã. Por volta do ano 50 d.C.  o império romano abrangia a Europa ao sul do Reno e do Danúbio, a maior parte da Inglaterra, o Egito e toda a costa ao norte da África, como também grande parte da Ásia, desde o Mediterrâneo à Mesopotâmia.

O mundo antigo vivia em constante guerra e os romanos conseguiram um feito muito importante para a expansão do cristianismo, conseguiu derrubar todos os governos e dominava em todas as partes. Com a unificação dos povos todos estavam sob o poder político de Roma.

Esse poder político trouxe o que chamamos de Pax Romana. Consequentemente abriu caminhos para abertura de rotas, ou seja, estrada que ligavam a todo o império Romano, proporcionando viagens rápidas e seguras, o que deu aos cristãos liberdade e facilidade de locomoção em missões missionárias.

 

5 CONSIDERAÇÃO FINAL

 Conhecer os três povos que contribuíram para a chegada do Messias é de fundamental importância para se conhecer melhor o panorâmico do Novo Testamento e o desenrolar dos planos de Deus em favor dos homens.

Começando pelos Judeus que foram os receptores dos oráculos de Deus com um código de princípios morais e espirituais baseado na fé a um único Deus, que se revelou gradativamente moldando o mundo pela prática do monoteísmo e impulsionado pela diáspora   preparou o mesmo para a chegada do cristianismo.

No campo do conhecimento filosófico os gregos trouxeram sua contribuição no modo de pensar e a partir de Alexandre o Grande inicia-se o processo de helenização junto ao povo da Judeia. Além do pensamento filosófico, dos gregos nasce o dialeto grego, que se tornou a língua universal, chamado de grego Koinê o que veio a facilitar a divulgação e propagação do evangelho em todo o mundo grego-romano.

Outros acontecimentos políticos após a morte de Alexandre, moldaram a geopolítica, com o governo e o território dividido, governado pelos Ptolomeus. Dentro deste contexto, veio a ser traduzido a Antigo Testamento Hebraico em Grego que ajudou a difundir os ensinos judaicos e com o domínio da Judeia pela Assíria, Antíoco Epifânio aboliu a adoração no templo o que agravou os conflitos na região e seu fim se deu pela revolta dos Macabeus por volta do ano 164 a. C.

A partir destes fatos os romanos iniciaram o domínio na Judeia no ano 63 a. C, pelo General Pompeu que a transformou em província romana. Roma detém politicamente o domínio mundial, porém, sua mentalidade era toda moldada a sua cultura grega. Através deste poder político, unificaram todos os povos que estavam sob seu poder, garantindo Pax Romana. O que consequentemente abriu caminhos para abertura de rotas, ou seja, estrada que ligavam a todo o império Romano, proporcionando viagens rápidas e seguras, o que deu aos cristãos liberdade e facilidade de locomoção em missões missionárias.

Por fim, conhecer os três povos que contribuíram para a chegada do Messias é de grande importância tanto na área do conhecimento, quanto para a vida ministerial e pessoal; para que, como lideres que somos, melhor orientar a igreja que está aos nossos cuidados.

 

Referências

 BÍBLIA DE ESTUDO NVI. São Paulo: Editora Vida, 2013.

[1] https://www.bibliaonline.com.br/aa/rm/3

 Bíblia Sagrada. Hebreus 1:1. Disponível em https://www.bibliaonline.com.br. Acesso em: 02/10/2018

MOCK, Dennis J. Panorama do Novo Testamento. Bible Training Centre For Pastors. Atlanta, Georgia, EUA. Abril de 1989.

NICHOLS, Robeit Hastings. História da Igreja Cristã.  11“ edição São Paulo, Casa Editora Presbiteriana, 2000

[1] Bíblia Sagrada. Hebreus 1:1. Disponível em https://www.bibliaonline.com.br/acf/hb/1. Acesso em: 02/10/2018

[2] Bíblia Sagrada. Gálatas 4:4. Disponível em https://www.bibliaonline.com.br/acf/gl/4/4+. Acesso em: 02/10/2018

[3] https://www.bibliaonline.com.br/aa/rm/3

[4] https://www.bibliaonline.com.br/aa/gl/3/24+

 

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