A Contribuição dos Gregos para a Chegada do Messias

Neste estudo, abordamos “A Contribuição dos Gregos para a Chegada do Messias“. Além disso, a preparação para a chegada do Messias foi uma combinação de fatores espirituais, culturais e históricos. 

Neste sentido, em Atos 20:21, o apóstolo Paulo resume sua missão de pregar “arrependimento para com Deus e fé em nosso Senhor Jesus Cristo”, e, nessa missão, a influência grega teve um papel relevante na propagação do evangelho. 

Portanto, exploraremos como os gregos ajudaram a preparar o caminho para o Messias, não apenas culturalmente, mas também através de sua língua, filosofia e interação com o povo judeu.

1. A Filosofia Grega: Uma Ponte para o Evangelho

Antes do cristianismo, os gregos eram reconhecidos por seu desenvolvimento intelectual e filosófico. Afinal, pensadores como Platão, Sócrates e Aristóteles lançaram as bases para o pensamento ocidental. 

Neste ponto, a filosofia grega levantava questões profundas sobre a natureza de Deus, o universo e a moralidade, criando um ambiente propício para a aceitação de verdades espirituais mais profundas. 

Então, cabe ressaltar que embora a filosofia grega não fosse cristã, ela ajudou a abrir as mentes das pessoas para a possibilidade de um Deus superior e para os conceitos de justiça e redenção, facilitando a recepção do evangelho.

2. Alexandre, o Grande e a Helenização da Judeia

Em 334 a.C., Alexandre, o Grande, derrotou o império persa, expandindo o domínio grego por várias partes do mundo, incluindo a Judeia. 

Com a conquista, a cultura grega, suas tradições e, principalmente, sua língua, começaram a ser disseminadas por toda a região. Esse processo, conhecido como helenização, foi fundamental para a difusão posterior do cristianismo, já que o grego, especificamente o dialeto koinê, tornou-se a língua universal do Império Romano. 

Logo, o grego konê tornou-se o idioma em que o Novo Testamento foi escrito e no qual o evangelho foi pregado, como vemos em Atos 2:5-11, quando o Espírito Santo permitiu que os apóstolos falassem em línguas conhecidas pelos povos presentes no Pentecostes.

3. A Tradução da Septuaginta: Uma Ponte Entre Judeus e Gentios

Outro grande feito atribuído aos gregos foi a tradução do Antigo Testamento do hebraico para o grego, conhecida como a Septuaginta. 

Este extraordinário fato foi realizado no século III a.C. Essa tradução foi essencial para a disseminação das Escrituras entre os gentios e os judeus helenizados. 

Além disso, muitos judeus da diáspora falavam grego e já não compreendiam o hebraico, o que fez da Septuaginta uma ferramenta vital para manter o conhecimento das Escrituras vivo. 

Portanto, isso abriu caminho para que os gentios tivessem acesso à palavra de Deus antes mesmo da vinda do Messias, conforme Paulo menciona em Romanos 3:2, ao falar sobre a responsabilidade dos judeus em guardar os oráculos de Deus.

4. A Influência Grega na Propagação do Evangelho

A universalidade da língua grega não apenas permitiu a escrita do Novo Testamento, mas também facilitou a missão apostólica. Paulo, que era fluente em grego, pregou a mensagem de arrependimento e fé em Jesus Cristo em várias cidades de cultura grega, como Corinto, Éfeso e Atenas. 

Em Atos 17:22-23, Paulo aproveita o conhecimento filosófico grego para pregar o evangelho no Areópago, ligando a cultura grega com as verdades do cristianismo. 

Além disso, a habilidade de Paulo em navegar no mundo grego e usar a filosofia e a linguagem local foi essencial para o sucesso de sua missão.

5. A Perseguição de Antíoco Epifânio e a Resiliência Judaica

Nem todas as interações entre gregos e judeus foram pacíficas. No século II a.C., Antíoco Epifânio, rei da Síria, impôs práticas pagãs aos judeus e profanou o templo de Jerusalém, erguendo uma estátua de Zeus. Esse evento levou à revolta dos Macabeus, que resultou na purificação do templo e restaurou o culto a Deus. 

Além disso, esse episódio reforçou a resistência judaica à helenização excessiva e preservou a fé monoteísta de Israel, preparando o terreno para a chegada do Messias, que seria o verdadeiro Libertador, conforme Isaías 53:5 profetizou.

6. O Papel dos Gregos na História da Redenção

Os gregos, sem dúvida, desempenharam um papel vital na história da redenção. Desde a introdução do pensamento filosófico que desafiava os conceitos religiosos pagãos até a disseminação da língua grega, eles ajudaram a preparar o cenário para a chegada de Cristo e a propagação do evangelho. 

Como vemos em Atos 20:21, o arrependimento para com Deus e a fé em Jesus Cristo seriam pregados a todas as nações, e os gregos, com sua influência cultural, foram fundamentais nesse processo.

Considerações Finais

A contribuição dos gregos para a preparação do mundo para a chegada do Messias é inegável. Bem como, suas realizações intelectuais, a disseminação da língua koinê e a tradução da Septuaginta ajudaram a criar o contexto ideal para a propagação do evangelho no mundo greco-romano. 

Assim, Deus, em Sua soberania, usou esse povo para cumprir Seu plano de redenção.

Para quem deseja aprofundar-se mais neste tema fascinante, recomendamos a leitura do livro “E Deus Falou Na Língua Dos Homens: uma introdução à Bíblia” de Paulo Won, que explora em detalhes a tradução em hebraico, grego, latim e, depois, em português e outras línguas modernas, chegando a ser linguagem digital, facilmente acessível em nossos celulares?